MÃO DE FERRO

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O povo de Jucuruçu clama por justiça, o povo não agüenta mais sofrer.


          
           A verdade está na cara, mas não se impõe.

O que foi que nos aconteceu? No município de Jucuruçu, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, “explicáveis” demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas tudo já aconteceu e nada acontece. O culpado está catalogado fichado e nada rola, a verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação alarmante em nossa história. Claro que a mentira sempre foi à base do sistema político infiltrada no labirinto das oligarquias, claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e no entanto tão inútil  desfigurada e broxa.

Os fatos reais, as provas irrefutáveis estão ai, mas não se responsabiliza por suas ações sempre se acha inocente ou vítima do mundo do qual tem de se vingar, o outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz, mente compulsivamente acreditando na própria mentira para conseguir poder, este governo é uma mascara, seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas  pois está provado que mentir neste pais rende mais que a verdade, pois a verdade se encolhe humilhada num canto.

E o pior é que o político está sempre amparado pelas as leis, leis dos mais fortes e sempre atropelando a verdade, deixando a imagem do “povo”, transformando a razão em vilã, as provas contra ele em acusações “falsas”, sua condição de cúmplice e comandante em “vítima”. E a população ignorante engole tudo como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade, os crimes são julgados.

A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização, infelizmente esses atos errôneos acontecem freqüentemente em nosso pais, e temos de vê e fingir que está tudo bem  diante desses fatos  todas classes  jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua, o que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo, sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...

Está havendo uma desmoralização do pensamento, deprimo-me: “Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?”. A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, o raciocínio. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante deste sistema arcaico chamado constituição. A cada cassado é perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada — só valem as versões as manipulações, sempre que a verdade é esclarecida em desfavor de um governante ele sempre encontra uma brecha para recorrer, o que precisamos é coerência e transparência da justiça.

No dia que não existirem mais brechas para os políticos corruptos o povo viverá muito melhor quando um juiz condena rápido, é chamado de “exibicionista” Alguns otimistas dizem: “Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de verdades!”. Não creio. Vamos ficar viciados na mentira corrente, vamos falar por antônimos, ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais burros, mas o poder político em geral emana do poder econômico, como os rapazes limitariam seus próprios lucros?  A incerteza para a economia, mas como regular a incerteza? Como organizar uma complexidade justa entre a fome e a vontade de comer? Hoje há questões onde ninguém tem razão, a razão fica oculta no miolo entre causas humanas e desumanas incontroláveis, mas todo mundo quer certezas… Assim, de um lado temos a hipocrisia de Davos, do outro o radicalismo tosco, por isso como explicar a frase profunda da keynesiana Joan Robinson: “Pior que viver num país explorado pelo capitalismo é viver num país não explorado pelo capitalismo”.

Assim é Jucuruçu, um município em algum lugar deste imenso Brasil. Sempre massacrado pelos os maus políticos. Mas seu povo sempre acreditará na justiça

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