A verdade está na cara, mas não se impõe.
O que foi que nos aconteceu? No município de Jucuruçu,
estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, “explicáveis”
demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as
mentiras percebidas tudo já aconteceu e nada acontece. O culpado está
catalogado fichado e nada rola, a verdade está na cara, mas a verdade não se
impõe. Isto é uma situação alarmante em nossa história. Claro que a mentira
sempre foi à base do sistema político infiltrada no labirinto das oligarquias,
claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a
ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e no entanto tão
inútil desfigurada e broxa.
Os fatos reais, as provas irrefutáveis estão ai, mas não se
responsabiliza por suas ações sempre se acha inocente ou vítima do mundo do
qual tem de se vingar, o outro não existe para ele e não sente nem remorso nem
vergonha do que faz, mente compulsivamente acreditando na própria mentira para
conseguir poder, este governo é uma mascara, seus membros riem da verdade,
viram-lhe as costas pois está provado
que mentir neste pais rende mais que a verdade, pois a verdade se encolhe
humilhada num canto.
E o pior é que o político está sempre amparado pelas as
leis, leis dos mais fortes e sempre atropelando a verdade, deixando a imagem do
“povo”, transformando a razão em vilã, as provas contra ele em acusações
“falsas”, sua condição de cúmplice e comandante em “vítima”. E a população
ignorante engole tudo como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico
entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade, os crimes são
julgados.
A Lei protege os crimes e regulamenta a própria
desmoralização, infelizmente esses atos errôneos acontecem freqüentemente em
nosso pais, e temos de vê e fingir que está tudo bem diante desses fatos todas classes
jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação
ficou supérflua, o que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca,
tudo quebra diante do poder da mentira desse governo, sei que este é um artigo
óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...
Está havendo uma desmoralização do pensamento, deprimo-me:
“Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?”. A existência dessa
estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a
desmoralizar as palavras, o raciocínio. A língua portuguesa, os textos nos
jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante deste sistema
arcaico chamado constituição. A cada cassado é perdoado, a cada negação do
óbvio, a cada testemunha muda, aumenta a sensação de que as idéias não
correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada — só valem as
versões as manipulações, sempre que a verdade é esclarecida em desfavor de um
governante ele sempre encontra uma brecha para recorrer, o que precisamos é
coerência e transparência da justiça.
No dia que não existirem mais brechas para os políticos
corruptos o povo viverá muito melhor quando um juiz condena rápido, é chamado
de “exibicionista” Alguns otimistas dizem: “Não... este maremoto de mentiras
nos dará uma fome de verdades!”. Não creio. Vamos ficar viciados na mentira
corrente, vamos falar por antônimos, ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais
burros, mas o poder político em geral emana do poder econômico, como os rapazes
limitariam seus próprios lucros? A
incerteza para a economia, mas como regular a incerteza? Como organizar uma
complexidade justa entre a fome e a vontade de comer? Hoje há questões onde
ninguém tem razão, a razão fica oculta no miolo entre causas humanas e
desumanas incontroláveis, mas todo mundo quer certezas… Assim, de um lado temos
a hipocrisia de Davos, do outro o radicalismo tosco, por isso como explicar a
frase profunda da keynesiana Joan Robinson: “Pior que viver num país explorado
pelo capitalismo é viver num país não explorado pelo capitalismo”.
Assim é Jucuruçu, um município em
algum lugar deste imenso Brasil. Sempre massacrado pelos os maus políticos. Mas
seu povo sempre acreditará na justiça
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