MÃO DE FERRO

domingo, 27 de novembro de 2011

Honestidade x "Jeitinho Brasileiro" Honestidade x “corrupção”


                                                              Vista essa camisa

Em qual desses pontos nos encontramos enquanto indivíduo e sociedade?
Há pessoas 100% honestas?  Bem, particularmente, acredito que não.  Porém, para destrinchar mais acerca desse assunto, Vambora?   Raramente, quando se fala acerca de corrupção, associa-se o “jeitinho brasileiro” individual ao “jeitinho brasileiro” coletivo.

E nisso, percebemos que nossa visão de corrupção está fundamentada nos políticos, e não em nosso cotidiano onde perpassa nossas relações sociais.  No entanto, é sabido que o “jeitinho brasileiro” é reconhecido no âmbito nacional e até internacional, como a forma que os brasileiros têm para resolver seus problemas.

 Portanto, permeia todo o universo brasileiro, iniciando pelo individual e coletivo até tornar-se em parte nossa identidade nacional. Enquanto indivíduo pode afirmar que infelizmente não sou 100% honesta, mesmo apreciando a veracidade dos fatos e até mesmo da identidade pessoal.

 Inclusive, posso afirmar que em muitos momentos, ocorre de forma involuntária, contudo, me esforço para que não exceda a minha identidade, meus valores como citado acima, esse estigma brasileiro denominado “jeitinho brasileiro” é reproduzido constantemente em nossa sociedade, e ao realizar uma análise mais intrínseca sobre esse fato, percebe-se que tal jeitinho, está alicerçado na falta de honestidade que a sociedade brasileira tem construído historicamente há séculos, por meio de vínculos com o coronelismo, paternalismo, ou simplesmente na troca de simples favores.

 Estigma ou não, a reprodução histórica desse fato, pode nos impedir de legitimar direitos nacionais e universais, pode ainda, manter no poder, pessoas desqualificadas, e reproduzir corrupção nas coisas mais frívolas do dia-a-dia. Iniciando em coisas que pensamos ser pequenas, como a não devolução do troco, a ocupação do lugar reservado para idosos e afins, a fila do banco ou supermercado que passamos na frente, até a compra do voto político, mantemos em constante evolução o que consideramos abominável: a corrupção.

O antropólogo Roberto da Mata afirma que há uma relativização dessa corrupção, pois parte da idéia que aceitamos determinados modelos de transgressões, mas não outros. Nesse sentido, Da Mata entende que, quando localiza-se na esfera individual a corrupção é aceitável, mas quando parte para o coletivo, a massa, é inaceitável. Mas afinal, o que fazer?  Talvez iniciar uma reconstrução da ética individual e nacional.

Entretanto, pode ser que seja necessária não a reconstrução, mas sim, a construção, visto que o “jeitinho brasileiro” nasceu na própria colonização de Portugal no Brasil e, portanto, está arraigada em nossa atmosfera. Enquanto isso vale a pena uma reflexão individual de como estamos construindo o que mais criticamos enquanto indivíduo político, repensando assim, nossos atos frente às nossas relações sociais, buscando então, uma vida honesta, ou o mínimo corruptível possível.

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