MÃO DE FERRO

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ministério Público prende empresário e 6 vereadores que tiveram prisões decretadas em Mucuri

Vereador Tazinho (de branco) ao lado do seu advogado antes de ser ouvido em Teixeira de Freitas

 Sete pessoas foram presas na “Operação Caribe” desencadeada na manhã de hoje (22/12), nos municípios de Mucuri e Nova Viçosa, entre eles seis vereadores, incluindo o presidente da Câmara Municipal e um empresário do ramo imobiliário e do fomento de eucalipto, sendo que três vereadores se apresentaram no final da tarde desta quinta-feira (22). As prisões foram cumpridas pela promotora de Justiça da comarca de Mucuri, Milena Moreschi e o promotor especial Pablo Antonio Cordeiro Almeida, com auxílio de prepostos do GAECO - Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais da Procuradoria Geral de Justiça da Bahia, policiais da CAEMA – Companhia de Ações Especiais da Mata Atlântica de Posto da Mata, sob o comando do major Ivanildo da Silva e de agentes da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, sob o comando do delegado coordenador Marcus Vinicius, munidos de 7 mandados de prisão preventiva e 9 mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz Leonardo Santos Vieira Coelho, da comarca de Mucuri.

A “Operação Caribe” foi desencadeada na manhã desta quinta-feira, dia 22 de dezembro e cumpriu quatro mandados de prisão dos 7 que deverão ser cumpridos nos municípios de Mucuri e Nova Viçosa, tendo em vista que três parlamentares se apresentaram. A operação promovida pelo Ministério Público do Estado da Bahia visa desbaratar um esquema de corrupção existente na Câmara Municipal de Mucuri, referente a pagamento por empresário do ramo imobiliário de vultosas quantias e na doação de bens imóveis a pelo menos seis vereadores de Mucuri, os quais, como contraprestação, comprometeram-se a aprovar e apressar a votação do Projeto de Lei de interesse do setor imobiliário, independentemente de qualquer consideração acerca do interesse público relacionado à questão, informa a promotora de justiça titular de Mucuri, Milena Moreschi, que está atuando na operação em conjunto com o promotor de justiça Pablo Antônio Cordeiro de Almeida.
 
Vereadora Gisele sentada ao lado do seu advogado foi a segunda a ser presa na cidade de Mucuri e trazida para Teixeira de Freitas
 Os sete mandados de prisão preventiva foram expedidos tendo em vista requerimento do Ministério Público, o qual propugnou pela prisão de seis dos nove vereadores do município de Mucuri, entre eles o presidente da Casa, vereador Carlos Gonçalves de Souza, o “Tazinho”, do PSDB, além do empresário do ramo imobiliário da Nova Viçosa e Mucuri. A promotora de Justiça lembra que o procedimento investigativo foi iniciado na última segunda-feira, dia 19, após ela ter recebido representação de um vereador de Mucuri, (Manoel Nergino Cruz, do PSDB), da qual constavam a gravação da proposta de corrupção e um pacote com R$ 5 mil recebido pelo edil. O esquema fraudulento consistia no pagamento total de R$ 25 mil a cada edil ou pagamento em dinheiro de R$ 5 mil e mais um lote. “Como existiam fortes indícios de corrupção ativa, solicitamos de imediato os mandados de prisão e de busca e apreensão”, destaca Milena Moreschi.
Vereador Nicó (sentado) ouvindo seu advogado foi o terceiro a chegar preso numa viatura da CAEMA
Foram inicialmente presos, o empresário Arlei Francisco Vescov, o “Arley da Traterra”; o presidente da Câmara de Vereadores de Mucuri, Carlos Gonçalves de Souza, o “Tazinho” (PSDB); a vice-presidente Gisele Aparecida Seguro Gazzinelli (PTB) e o vereador Roberto Correia Bastos, “Nicó” (PSC), que tiveram suas prisões preventivas decretadas pela justiça a pedido do Ministério Público Estadual por crimes de corrupção ativa e passiva no uso irregular do solo em uma negociação que tem indícios de irregularidades na área denominada de "Loteamento Caribe" no bairro Cidade Nova em Itabatã, distrito do município de Mucuri. 

E na tarde desta quinta-feira (22/12), os vereadores Roberto Alves dos Santos, o “Professor Roberto”, Márcio de Jesus Machado, o “Marcinho da Divisa”, e Wilson Pereira Cabral, o “Wilsinho da Pinheiro Móveis”, se apresentaram com seus advogados na 8ª Coorpin. Portanto, os sete presos já estão custodiados na sede da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil em Teixeira de Freitas á disposição da Justiça e do Ministério Público, esse último que segue com as investigações. Com o empresário e com os vereadores, o MP apreendeu muitos documentos, cheques e farta quantidade em dinheiro, além de computadores, inclusive os computadores dos gabinetes dos parlamentares.

Dos 9 vereadores de Mucuri só não estão envolvidos no esquema criminoso, conforme o Ministério Público, a vereadora Justina Souza Cruz “Tina” (PMDB), e Maria das Graças Borges de Araújo, a “Professora Gracy” (PR). Além do vereador Manoel Nergino Cruz (PSDB), que foi o autor da denúncia, tendo ele participado de todas as negociatas, mas com o objetivo de denunciar os colegas corruptos, tanto que entregou todas as gravações e a quantia recebida aos promotores de justiça do caso.

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