MÃO DE FERRO

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Chuva de decretos: João Bosco inventa mais um, desta vez a culpa é da seca

No final da última semana a assessoria da Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas enviou uma nota à imprensa informando sobre mais uma grande ação do atual chefe do executivo municipal, numa demonstração clara de sua preocupação com o homem do campo e seus prejuízos com a seca. A imprensa oficial divulgou o ato enaltecendo a medida diante da falta de chuva no nordeste brasileiro. O que muitos não perceberam é que por trás da aparente preocupação estava a formalização de mais um decreto de emergência. 

Leiam a nota da ASCOM:
 

Mais de 50% da economia do município de Teixeira de Freitas é voltada para a agricultura e pecuária, e tem sido afetada pelo forte período de seca que se estende desde outubro de 2012. Com o objetivo de minimizar os efeitos da estiagem que afeta a região e o impacto na economia local, foi decretada situação de emergência na quinta-feira (28).

A ausência de chuvas no mês de dezembro do ano passado, seguida por meses com baixos índices pluviométricos, caracteriza a situação anormal referida no Decreto n° 40/2013. Embora a safra deste ano possa estar comprometida, o objetivo com sua assinatura é alcançar os produtores prejudicados de forma a minimizar os efeitos da seca.

A decretação do estado de emergência, através do documento específico, possui prazo mínimo de 90 dias e máximo de 180, tempo em que serão buscados subsídios técnicos para auxílio do homem do campo na recomposição da economia rural, tais como na aquisição de insumos e disponibilização de maquinário.

“Nós temos consciência de que alguns prejuízos já estão estabelecidos, mas estamos trabalhando para recuperar o que foi perdido”, afirmou o prefeito João Bosco Bittencourt. O prefeito ressaltou ainda, que esta medida emergencial tem o objetivo maior de melhorar a vida do homem do campo. O decreto entrou em vigor na data da publicação e já estão sendo viabilizadas as ações remediadoras.


O que não foi explicado para a sociedade é o fato de somente o município de Teixeira de Freitas, bastante tomado pela monocultura do eucalipto e com produção agrícola diminuída ao longo dos últimos anos ser o único da região afetado pela estiagem. Municípios como Itamaraju e Itanhém, detentores dos maiores rebanhos bovinos da Bahia e com territórios divididos em pequenas propriedades rurais, pelo menos até o momento, não decretaram emergência. No início do seu governo e à revelia da Câmara de Vereadores, essa que é acusada de ser conivente, João Bosco justificou um outro decreto emergencial por 90 dias, período em que comprou o que bem entendeu sem licitação.
No último final de semana choveu tanto em Teixeira de Freitas que os carros atolaram no asfalto em pleno centro e as ruas foram tomadas pela água

O maior problema, segundo especialistas,  é que se Teixeira de Freitas estivesse mesmo enfrentando toda essa seca, tinha que ser integrado entre os municípios arrasados pela falta de chuva, quando acontece com algumas cidades do semi-árido baiano. E para complicar ainda mais, no último final de semana choveu tanto em Teixeira de Freitas que os veículos atolaram no meio das ruas asfaltadas.

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