MÃO DE FERRO

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Câmara garante colocar contas de João Henrique para votação na próxima quarta

Câmara garante colocar contas de João Henrique para votação na próxima quarta

Parece que desta vez a novela da votação das contas do ex-prefeito de Salvador João Henrique (PP), referentes ao exercício de 2010, poderá ter o seu último capítulo. A data é quarta-feira, dia 17 de abril. A garantia foi dada nesta quarta (10) pelo presidente do Legislativo Municipal, vereador Paulo Câmara (PSDB). “O presidente estará aqui com a urna na mão, no próximo dia 17 [abril], às 15h. Então, compete aos vereadores estar presentes. Eu preciso de 29 vereadores [dois terços] para votar. Não haverá registro, não haverá nada. A primeira pauta será a votação das contas do ex-prefeito João Henrique, independentemente de reunião de líderes ou não. O presidente está falando aqui que iniciará, às 15h, do dia 17 de abril, a votação das contas de João Henrique”, assegurou. Entretanto, caso se repita o que aconteceu no último dia 27 de abril, em que apenas 12 vereadores compareceram à Casa do Povo, a sessão pode ser derrubada novamente por falta de quórum e a votação, de novo, adiada. Segundo o tucano, às 15h, caso a sessão seja aberta com o mínimo de 14 edis com presença registrada, a votação poderá acontecer no decorrer da tarde, logo após o registro de dois terços dos membros da Câmara.
Agora, caso a urna seja liberada para receber os votos dos vereadores, só no dia para saber se a dramaturgia política no Paço soteropolitano reservará a João Henrique um final feliz ou não. O Bahia Notícias ouviu nesta quarta a maioria dos políticos presentes no Plenário Cosme de Farias. Todos, pelo menos, garantiram presença no dia da votação. Já o posicionamento sobre o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que opinou pela rejeição das prestações de 2010, endossado pela Comissão de Orçamento e Finanças do próprio Legislativo, a reportagem ouviu diversos argumentos. Alguns garantiram que o acompanharão, outros preferiram não se pronunciar, já que o "voto é secreto", e dois afirmaram que rejeitarão o pedido de recusa. É o caso dos vereadores Geraldo Júnior (PTN) e Carlos Muniz (PTN). “A questão é política. Se o TCM utilizasse os mesmos critérios de rejeição em todas as prefeituras baianas, eu votaria a favor do seu parecer”, justificou Muniz. Já o líder da oposição, Gilmar Santiago (PT), confirmou que toda a bancada votará de acordo com a indicação do TCM. “Inclusive, o voto favorável pela rejeição das contas foi decidido em encontro da executiva [do PT]”, informou. O chefe do governo, Joceval Rodrigues (PPS), preferiu apenas defender que a votação tem que acontecer no dia indicado, de qualquer maneira. “A minha opinião é que já passou do limite. Eu não aceito qualquer tipo de argumentação de que não se vote no dia 17 . Agora, sobre quem vota e quem não vota, coloca para votar. Coloca no plenário e consulta ele. O plenário é soberano. O voto não é secreto? Então, cada um que vote do seu jeito. Mas não votar no dia 17 para mim é um erro”, avaliou.
As contas de João Henrique foram reprovadas pelo TCM por problemas, muitos reincidentes, como a não aplicação do porcentual mínimo de recursos para a Saúde (15%) e Educação (25%), excessos de dispensas de licitação, superfaturamento de contratos e manutenção de convênios ilegais. Além do endividamento do Município que, entre 2009 e 2010, permitiu que a dívida pública soteropolitana saltasse de R$ 400 milhões para R$ 800 milhões.

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