MÃO DE FERRO

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Prefeito é preso em ação do Estado em Guapimirim, no Rio


Outros três políticos já foram localizados e R$ 1 milhão apreendido.
Segundo polícia, mais de R$ 48 milhões foram
desviados por quadrilha.



Quatro dos sete mandados de prisão que os agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) visavam cumprir nesta quarta-feira (5) durante uma ação para prender uma quadrilha acusada de desviar recursos da prefeitura de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio, já foram cumpridos. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, o grupo desviava, há cerca de quatro anos, mais de R$ 1 milhão por mês de verbas públicas da prefeitura do município do Grande Rio, em um total de mais de R$ 48 milhões.
Entre os presos  na Operação Os Intocáveis estão o atual prefeito da cidade, Renato Costa Mello Júnior (conhecido como Júnior do Posto); a subsecretária de Governo e candidata a prefeita, Ismeralda Rangel Garcia; o secretário de Governo Isaías da Silva Braga; o chefe do Setor de Licitações da prefeitura, Ramon Pereira da Costa Cardoso.
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, cerca de R$ 1 milhão de reais em joias e dinheiro foram apreendidos nas casas do prefeito, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, da subsecretária de Governo e do presidente da Câmara de Vereadores de Guapimirim, Marcelo Prado Emerick, que ainda está foragido.
Dinheiro foi apreendido durante ação (Foto: Divulgação/Seseg)Propina de R$ 800 mil  foi apreendida por policiais durante a operação (Foto: Divulgação/Seseg)
Foram expedidos, ainda, mandados de prisão contra os laranjas da organização, Ivan Azevedo Valentino e Ronaldo Coelho Amorim.
O Ministério Público Estadual, que dá apoio à ação com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou, ao todo, 16 pessoas, mas alguns não tiveram mandado de prisão expedido, entre eles os vereadores Iram Moreno de Oliveira, Alexandre Duarte Carvalho e Marcel Rangel Garcia, que recebiam mais de R$ 50 mil para impedir que as contas do município fossem fiscalizadas.
A operação, que é resultado de sete meses de investigações, visa, ainda, cumprir 45 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Seção Criminal do Tribunal de Justiça doRio de Janeiro. Outras 11 pessoas foram indiciadas.
Os integrantes da quadrilha vão responder por fraude em licitação, corrupção ativa, coação no curso do processo, peculato e formação de quadrilha armada, somando até 24 anos de prisão.
Propina apreendidaDurante as investigações, os políticos criminosos procuraram policiais da Draco para tentar um "acerto". A delegacia pediu autorização judicial para, de forma simulada, aceitar uma propina, como forma de ganhar a confiança dos investigados e conseguir mais provas.

De acordo com a secretaria, no dia 27 de julho, os policiais se encontraram com os criminosos num posto de gasolina em Guapimirim para receber a quantia de R$ 800 mil, entregue em notas de R$ 100 e R$ 50, oferecida como propina pela organização criminosa para que as investigações fossem encerradas.
Ainda de acordo com a secretaria, o dinheiro foi entregue aos policiais pelo presidente da Câmara dos Vereadores, vereador Marcelo do Queijo, acompanhado de outras pessoas e chamou a atenção dos policiais o fato de as cédulas estarem úmidas e com cheiro de adubo, o que leva a crer que estavam enterradas.
Na ocasião, os criminosos disseram que, a partir de janeiro de 2013, iriam pagar R$ 20 mil mensais para os policiais, caso a candidata Ismeralda Rangel Garcia ganhasse as eleições para a Prefeitura de Guapimirim. Os R$ 800 mil recebidos pela Draco na tentativa de suborno foram imediatamente depositados numa conta bancária, à disposição da Justiça.

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