MÃO DE FERRO

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Governo Dilma mantém aprovação de 62%, aponta CNI/Ibope


Índices são os mesmos apresentados no último levantamento, realizado em setembro deste ano - Wilson Pedrosa/AE




Presidente também manteve a estabilidade no índice de confiança da população, com 73%

São PAULO - O governo da presidente Dilma Rousseff manteve a aprovação de 62% dos brasileiros, segundo apontou a pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira, 14. O número é o mesmo apresentado no último levantamento, realizado em setembro deste ano.

O levantamento também registrou estabilidade na confiança da população na presidente. O índice permaneceu em 73%, mesmo nível do levantamento anterior, de setembro. A não confiança também ficou estável, em 22% no período observado.

O índice de quem confia em Dilma, mais uma vez, só não é melhor do que a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou no último ano do segundo mandato, quando ele alcançou 80% no indicador.

A pesquisa ainda apurou que a avaliação da população brasileira é de que a política de combate à inflação do governo de Dilma Rousseff piorou no último trimestre.

Segundo o levantamento, a aprovação de medidas de combate à inflação recuou de 50% em setembro para 45% este mês. Na mesma amostragem, caiu de 49% para 41% no período a aprovação sobre a direção que o governo deu para a taxa de juros.

Também sofreu deterioração a percepção dos brasileiros em relação às políticas do governo de combate ao desemprego. Em setembro, 57% dos entrevistados pela CNI/Ibope aprovavam as ações do governo. Em dezembro, o porcentual caiu para 56%. Já a desaprovação sobre a política de impostos do governo Dilma disparou no período de 57% para 65%.

A pesquisa foi feita em 142 municípios entre os dias 6 e 9 de dezembro, já depois do impacto do julgamento do mensalão e da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que indiciou a ex-chefe de gabinete do governo em São Paulo Rosemary Noronha. Foram ouvidas 2.002 pessoas. O levantamento tem margem de erro de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.

Os desdobramentos do escândalo do mensalão voltaram a repercutir ontem em Paris. Em entrevista ao jornal francês Le Monde, a presidente Dilma Rousseff defendeu e elogiou seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ele abriu uma "nova etapa" no combate à corrupção no Brasil. A presidente disse ainda que seu governo "não tolera a corrupção". Em uma frase ambígua, completou: "Não se deve confundir estas investigações e a caça às bruxas próprias aos regimes autoritários e de exceção".

As declarações foram feitas ao jornalista Paulo Paranaguá, do jornal francês. Com ênfase nas relações entre a França e o Brasil, na crise econômica internacional e no crescimento do País, a entrevista recebeu uma página no diário. Em um segundo texto, menor, a reportagem aborda a corrupção. Nele, Dilma diz que Lula foi responsável por uma guinada no combate à corrupção no Brasil. "O Ministério Público é independente, a Polícia Federal investiga, prende e sanciona", diz ela. "E aquele que começou essa nova etapa de governança foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva."

Na mesma resposta, Dilma reitera: "Eu não tolero a corrupção, e meu governo também não. Se há suspeitas fundadas, a pessoa deve partir". Então, usou de uma frase enigmática, sem explicar seu sentido: "Claro, não se deve confundir essas investigações e a caça às bruxas próprias aos regimes autoritários e de exceção".

Ainda falando sobre o caso brasileiro, a presidente disse que, "graças às novas tecnologias, o Brasil criou um 'Portal da Transparência', que registra todas as despesas públicas no mesmo dia". Outro exemplo citado por Dilma foi que, "para ser candidato a uma eleição, os brasileiros devem se conformar à Lei da Ficha Limpa e não podem ter sido condenados".

Em um trecho anterior da entrevista, Dilma falou genericamente sobre o combate à corrupção, alegando que esta é uma causa mundial. "Este problema atinge todos os países. Não são as pessoas que devem ser virtuosas, mas as instituições. A sociedade deve ter acesso a todos os dados governamentais", pregou, enfatizando: "Todos os que se valem de fundos públicos devem prestar contas. Senão, a corrupção se multiplica. É preciso ser voluntarista".

Questionada pela reportagem se será candidata à reeleição em 2014, Dilma não quis confirmar. "Eu tenho dois anos de governo intensos à minha frente. Não é o momento de pensar nisso. Seria colocar os carros à frente dos bois."

No mesmo dia em que Dilma concedeu a entrevista, na quarta-feira à tarde, Lula discursou em um fórum coorganizado por seu instituto. No pronunciamento, não descartou disputar uma eleição. "Espero que, se um dia eu voltar a ser candidato, eu tenha votos deles (de empresários), que não tive em outras eleições", disse.

Dilma e Lula estiveram em Paris simultaneamente, a primeira para uma visita de Estado e o segundo para uma conferência sobre progresso social. Os dois se reuniram uma única vez, na segunda-feira, para um almoço. Um outro encontro aconteceria na noite de terça-feira, quando o Palácio do Eliseu ofereceu um jantar de gala aos dois, com a participação de líderes políticos, diplomáticos, empresariais e de jornalistas. Já pressionado pelas novas denúncias e evitando a imprensa, o ex-presidente alegou desconforto na garganta e não participou.

Na única entrevista que concedeu em Paris, Dilma também havia defendido Lula tachando as denúncias de "lamentáveis".

'Eu não tolero corrupção', afirma Dilma


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