MÃO DE FERRO

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Faz sentido a “revolta” de Pelegrino contra ACM Neto e o prefeito João Henrique?

Nelson Pelegrino (PT)

É curioso, muito curioso. Para não dizer, estranho, muito estranho. Agora, o ex-candidato do PT a prefeito Nelson Pelegrino decidiu atribuir a uma aliança com o prefeito João Henrique (PP) a eleição de ACM Neto (DEM) à Prefeitura de Salvador. É como, se na visão de Pelegrino, o democrata e o prefeito não tivessem o direito de se aliar em defesa de qualquer causa, muito menos a de derrotá-lo.  Pelegrino não fez uma aliança com Mário Kertész, Márcio Marinho e Da Luz? Qual o problema?
Francamente! O candidato do PT já teve tempo suficiente para assimilar a vitória do adversário e superar a ladainha da derrota. Em respeito a seu eleitorado, ele precisa levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, como bem cantarolou, em aconselhamento prévio, a primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça, no dia em que o governador Jaques Wagner, em coletiva, reconheceu a derrota do PT em Salvador, a segunda seguida em quatro anos.
Mas o que o próprio Pelegrino parece estar esquecendo é que todo mundo sabe que ele e alguns de seus articuladores pensaram abertamente num acordo com João Henrique, abortado depois de uma avaliação que se revelou equivocada segundo a qual a aproximação com o prefeito traria mais desgaste do que benefício ao candidato do PT, que já fora aliado da Prefeitura, indicando, inclusive, o titular da secretaria municipal de Saúde. Avaliou mal e o resultado todo mundo conhece!
Na época, um petista que estava muito próximo de Pelegrino e cujo nome não convém revelar, nosso candidato não soube ficar com a parte boa de João Henrique, como está fazendo ACM Neto. Ele se referia ao fato de, na eventualidade de apoiar Pelegrino, João Henrique não precisar aparecer na campanha, exatamente como fez com o democrata.
Combinando o jogo com o prefeito, o petista aproveitaria, naturalmente, o “apoio da máquina municipal” e o do PTN, partido do secretário municipal da Educação, João Carlos Bacelar, que foi cobiçado publicamente por todos os candidatos, ficou com João Henrique e ACM Neto e agora, finda a campanha, paga um preço altíssimo por sua opção, sendo atacado em público até por Pelegrino, que o cortejou.
O petista que defendia a estratégia desprezada por Pelegrino afastou-se dele quando o candidato do PT fechou a aliança com o PCdoB de Olívia Santana, que foi sua vice e sepultou de vez qualquer entendimento seu com João Henrique, deixando ainda ressabiado o empresariado ajuizado da cidade. Aliás, o comentário é que, depois que fechou com os comunistas, Pelegrino desprezou seus articuladores iniciais, seguiu com as próprias pernas e… deu no que deu!

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