MÃO DE FERRO

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

nós de Jucuruçu perecíamos conhecer bem mais o que venha ser o homem público!

Jucuruçu: 30/07/2011/ nós de Jucuruçu perecíamos conhecer bem mais o que venha ser o homem público! Por quê?Dois mil e doze vem ai e muitos novos candidatos virão. O político é um ser humano como outro qualquer. Eis aí um grande problema, senão o entrave maior. Há o homem, há as mulheres que desejam ocupar este lugar. É necessário que alguém o ocupe, faz falta, na medida em que o exercício da função política promove um gesto de corte que mantém viva uma diferença sustentável entre os sujeitos no grupo social. O poder, implícito ao exercício da autoridade política, quando não é bem administrado, torna-se algo muito perigoso. Ele pode ofuscar a consciência política que tem por função demarcar o lugar ao qual o poder se submete. Caso contrário, ele pode ser utilizado de uma maneira desviante, a serviço da vida privada de seu gestor. O político pode se deixar, erroneamente, seduzir pelas benesses e pelas ilusões que brotam deste lugar. Por alguma razão, sempre inerente à historicidade da vida particular de tal autoridade, ele pode se embaralhar a esta função e passar a se acreditar, aí, proprietário da mesma, sem conseguir manter nenhum distanciamento simbólico, tão necessário ao bom exercício da gestão política. Este fato não é raro de acontecer; ele irá embaçar a razão de discernimento da autoridade política que é investida do poder. Inevitavelmente, ele vai se confundir com o lugar que lhe será dado a ocupar, e que não é outro senão aquele que permite o remanejamento disciplinar que deve existir entre o que é da ordem do privado e da ordem do público. O que é do privado e o que é do público, eis o grande desafio. A convivência exemplar destes dois lugares, do privado e do público, não é qualquer coisa! Exige do homem político uma verdadeira arte, uma mestria. Dois lugares distintos pedindo por uma disciplina, que não é nem moral nem ética, mas, sim, estrutural, no exercício de ordens distintas, particulares. É de um discernimento que se trata nada mais que isto. O exercício de uma função política, digna deste nome, exige o constante balizamento do privado e do público. Como articular estes dois lugares num agir positivo? É o saudável, por excelência! Isto porque o privado não cessa de se deixar assanhar pela sedução da tessitura pública. Não existe uma ordem paradigmática, uma medida comum capaz de esclarecer o possível andamento das coisas a serem administradas politicamente. Não existe um delineamento que possa ser dado antecipadamente. Há, sim, o bom e o mau político. O que é o bom político? É aquele que não cessa de aprender com a coisa pública, que deve estar aberto, com humildade, para se deixar ensinar com e a partir dela. Não deve identificar-se com o poder que o lugar lhe outorga. O poder é algo fascinante, vicia, toma conta do sujeito que a ele se identifica. O poder transforma o sujeito num objeto destituído, degradado. É a pior de todas as drogas, pois pode se tornar um vício autorizado pela ordem institucional. Um perigo!O privado e o público de um bom político correm sob o fio da navalha que a coisa pública lhe impõe. A coisa pública está ali para que ele se submeta à sua lei: o bom político é um eterno funcionário do povo, do cidadão comum. O assentimento à coisa pública desperta esta lembrança: eu não sou sua nem de ninguém, pois sou de todos! Trata-se, de todo modo, do delineamento de um sentido de lei que se inscreverá como o coeficiente de uma constante construção daquilo que poderíamos nomear de persistência simbólica. É um agir pautado no movimento disciplinar da prática do discernimento justo e pontual no tocante à sua tarefa política. Um gesto que restará como memorável e que provoca um não esquecimento, algo a ser feito a serviço da coisa pública. Isto irá permitir ao homem político lidar com a coisa pública a partir de um distanciamento necessário para que a coisa funcione. O discurso político realmente quer isto: que a coisa funcione e que ande. Este discurso é o filho legítimo do discurso do senhor, do mestre. Entre o homem que exerce autoridade política e os cidadãos há este lugar terceiro que dá as coordenadas, sempre pensando no bem comum. Esperamos que os futuros candidatos tenham lido com bastante atenção, porque ser político é muito difícil, mas politiqueiro como está acontecendo aqui em Jucuruçu é muito fácil. Então não faça como estes que estão ai!

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