MÃO DE FERRO

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A candidata cara de pau e o juiz fora de hora


O constrangedor em que a deputada Cláudia Oliveira (PSD), candidata a prefeita de Porto Seguro, comete a desfaçatez de afirmar que vai embolsar metade de R$ 2 mi destinados à construção de uma ponte colocou em situação delicadíssima o juiz Josevandro Souza Andrade.
Corregedor da Justiça Eleitoral, ele também aparece – de sunga vermelha – nas filmagens que correram o país como uma prova de como, de forma absolutamente despudorada, alguns políticos tramam contra os interesses da população quando acham que estão protegidos pela privacidade.
Tão logo o vídeo de Cláudia, uma deputada inexpressiva na defesa dos interesses populares na Assembleia Legislativa, virou um hit na internet, magistrados identificaram Josevandro como um dos membros do grupo que acompanhava a parlamentar em seu passeio pela floresta.
A hoje candidata foi filmada como uma estrela de quinta há dois anos pelo próprio marido, que, além de ameaçar (de brincadeirinha) diversas vezes que divulgaria a gravação para a (Rede) Globo, num determinado momento pergunta a uma senhora que os acompanha o que acha da proposta da mulher.
Sorridente, a segunda personagem gargalha, satisfeita, dizendo concordar plenamente com a candidata. É sua cúmplice também. Quando a imagem veio a público, Cláudia tentou dizer que ela não falara em milhão, mas em “agulhão”. Cinismo!
Mas o que os colegas do juiz que se encontrava no mesmo palco da promessa de corrupção da candidata querem saber é o que ele fazia com aquela turma. E como atuará no Tribunal Regional Eleitoral, onde é corregedor, nas questões envolvendo a candidata.
Isso mesmo: porque em qualquer lugar sério do mundo, esta senhora chamada Cláudia Oliveira renunciaria não apenas à candidatura de prefeita como à vida pública, envergonhada pela exibição do seu projeto mesquinho – para usar um eufemismo! – para a Prefeitura de Porto Seguro.
Mas no Brasil e na Bahia, ela continua firme e forte na candidatura, contando lamentavelmente com a conivência e proteção de alguns colegas de Assembleia e espalhando, inclusive, que cresceu nas pesquisas depois da divulgação daquele espetáculo grotesco. Pois é, pense aí num absurdo…

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