MÃO DE FERRO

segunda-feira, 2 de abril de 2012

'Quem sou eu para advertir um ministro?', diz Jonas Paulo sobre ex-assessor de Padilha


O presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, admitiu ter avisado o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que a conduta do ex-assessor Edson Oliveira Pereira poderia colocá-lo em maus lençóis. Os antecedentes do ex-petista e hoje peemedebista, que admitiu ter recebido R$ 200 mil em propina de um grupo suspeito de desvio de recursos em hospitais no Rio de Janeiro, teriam provocado a sua exoneração da Secretaria de Relações Institucionais (Serin) e motivado uma conversa entre Paulo e Padilha, no final do ano passado.

“Esse rapaz saía por aí dizendo que era assessor direto do presidente, ofertava serviços, oferecia coisas que não podia cumprir. Por causa desse comportamento ele foi exonerado pelo governador Jaques Wagner, que assumiu a secretaria na época. [...] Recentemente encontrei Padilha e soube que esse rapaz estava no ministério. Falei para o ministro que, apesar de ele ser da Bahia e já ter feito parte dos quadros do PT, não tínhamos confiança nele e ele já tinha perdido completamente a credibilidade conosco”, contou, nesta segunda-feira (2), em entrevista ao Bahia Notícias. O aviso, segundo o dirigente petista, fez Padilha “acender a luz amarela” e “ficar de olho a partir daí”, mas não teve um tom de alerta.

“Quem sou eu para advertir um ministro, foi apenas uma observação, não uma advertência”, amenizou. Sobre as declarações do presidente do PMDB baiano, Lúcio Vieira Lima, que descreveu o ex-assessor como “um petista histórico, amigo do ministro há mais de 20 anos”, Paulo desconversou e, em seguida, aproveitou para alfinetar o peemedebista. “Sobre as relações pessoais do ministro eu não sei, mas a montagem do ministério teve a forte participação do PMDB. Isso é fato e todo mundo sabe”, disse.

Se Lúcio tentou livrar a cara do PMDB, o comandante petista não ficou atrás e tratou de fazer o mesmo por sua legenda. “Há muito tempo ele [Edson Oliveira Pereira] está totalmente desvinculado do partido. O PT não tem relação com ele há seis anos e ele nunca participou da direção do partido”, afirmou. Após as denúncias, o ministro Padilha pediu ao Ministério da Justiça, à Polícia federal e à Controladoria-Geral da União (CGU) para que investiguem o caso.

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