MÃO DE FERRO

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Semana decisiva para Theodorico


Os desdobramentos da Operação Derrama abalaram a candidatura dele à reeleição no comando da Casa

Os desdobramentos da Operação Derrama atingiram com mais força o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), e abalaram a candidatura dele à reeleição no comando da Casa. O sinal de alerta foi aceso no Legislativo e no governo. Por isso, esta semana será decisiva para o deputado.
Nos últimos dias, como se viu, Theodorico foi incluído na investigação que apura fraudes em prefeituras. Depois, a mulher dele, Norma Ayub (DEM), ex-prefeita de Itapemirim, se apresentou à polícia no sábado, assim como o diretor-geral da Assembleia, Eder Botelho da Fonseca, também ligado ao deputado. Ex-secretário de Itapemirim, Eder inclusive deverá ser demitido do Legislativo esta semana. 

Os fatos surpreenderam e abateram deputados, que anteciparam a volta das férias, e interlocutores do governador Renato Casagrande (PSB). "Foi pior que a bomba atômica de Hiroshima", compara um líder da Assembleia. 

Mas a reeleição de Theodorico na presidência está ameaçada? "Vai depender dele e dos fatos", diz um governista. Por enquanto, Theodorico segue como o plano A. Não há outro nome de consenso. Mas deputados e integrantes do governo terão reuniões esta semana para avaliar os acontecimentos. O incômodo é geral. E a leitura mais comum é de que a crise foi levada para dentro do Legislativo. 

Ou seja, a Casa entrou no centro dos desgastes. E, segundo relatos de deputados, tudo que eles não querem é reviver a Era Gratz, quando a Assembleia era comandada por um deputado investigado, alvo de processos e que batia de frente com outros Poderes e órgãos. 

A questão é que os rumos das investigações também geram controvérsia e desconfianças. Para alguns líderes partidários, mais prisões não seriam decretadas e outras prorrogadas se não houvesse motivo para tanto. 

Por outro lado, aliados de Theodorico dizem ainda que não ficou claro o que há contra ele no processo. E desconfiam de um movimento para implodir a candidatura do deputado a presidente. "Alguns ex-prefeitos não tinham mais como influenciar no caso. Houve prisões exageradas, desnecessárias", avalia um deputado. 

Ainda segundo fontes no meio jurídico, as declarações de Theodorico sobre a empresa envolvida nas fraudes e em defesa do aliado Edson Magalhães, ex-prefeito de Guarapari preso nas investigações, teriam repercutido muito mal no Judiciário e podem ter influenciado nas novas prisões, entre elas a de Norma Ayub. 

Tudo isso será pesado esta semana por deputados e pela cúpula palaciana. "Se for preciso escolher outro nome, o governador vai participar. O governo, a Assembleia e o Estado precisam de estabilidade política", afirma um governista. 

Mas hoje o clima é de instabilidade. E, diante disso, o fato é que, até agora, vai ficando mais difícil para algum deputado, por mais aliado que seja de Theodorico, defender a reeleição dele na presidência.

Sem clima
Na sexta-feira, o presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), disse que pretendia criar uma CPI do Petróleo na Casa. Mas, segundo deputados, não há clima para tanto. Argumentam que vai parecer que o presidente quis envolver o Legislativo na tempestade que o atinge. Além disso, dizem que a Assembleia e outros órgãos têm meios de apurar a arrecadação de impostos dos municípios. 

Clima ruimSegundo autoridades presentes, teve clima constrangedor a inauguração da delegacia 24 horas em Itapemirim, no sábado, quando a ex-prefeita da cidade Norma Ayub (DEM) se apresentou à polícia. O chefe da Polícia Civil, Joel Lyrio, representou o governador Renato Casagrande (PSB). A solenidade e os discursos foram rápidos.GerênciaSobre nota publicada neste domingo, a Secretaria de Agricultura informa que a licitação aberta em dezembro será para contratação de empresa que dará apoio à Gerência de Infraestrutura, Obras e Serviços Rurais da pasta, e não só para a prestação de serviços ao programa Caminhos do Campo. DiferençaAinda segundo a secretaria, o novo contrato e o antigo possuem objetivos distintos. Assim, o novo valor (de R$ 675 mil por mês) é superior porque os serviços serão mais abrangentes. Por fim, a secretaria destaca: o novo valor é estimativo e não necessariamente será utilizado na íntegra, pois o pagamento será apenas por serviço realizado. 

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